A luz de Antonio Guerreiro não vem de fora. Vem de dentro das pessoas. Antonio me lembra os pintores que celebram a fartura, a alegria, a beleza voluptuosa das mulheres, que ele, “guerreiro” sempre cortejou. Na fotografia, Guerreiro me lembra a pintura. Não o situo entre os neuróticos fotógrafos submissos às modas americanas. Ele me lembra mais artistas como Di Cavalcanti, do que um frio construtivista qualquer.​

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Suas cores, a escolha das poses e das modelos, tudo fala de uma vitalidade tropical, sexual, fala de um país místico e miscigenado, onde o carnaval se mistura à procissão religiosa e o sexo com a vontade de comer. Guerreiro nunca praticou a fotografia do “alto”, do fotógrafo sádico que quer captar o “feio” do mundo, o erro dos outros. Ele nunca tirou fotos em que as pessoas fazem parte de uma paisagem dura e sem esperança, onde a melancolia do mundo e dos rostos se misturam. Não. Guerreiro é um fotógrafo da vida. Ele quer extrair das pessoas seu melhor angulo, principalmente seu melhor “angulo interior”. As pessoas fotografadas brilham, estão sempre captadas em seus melhores momentos. Guerreiro nunca quis humilhar ninguém, nem tratar ninguém como objeto. Ele acredita na vida, nos trópicos e no prazer. Ele é solar e sensual,  por isso sua arte tem um aspecto barroco e generoso.​

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​Arnaldo Jabor.